O sorriso (por: Kraudião)
A tristeza quis aparecer nesse dia frio e
escuro de inverno.
Queria me convencer que pertence ao mundo
de forma importante,
Que ela faz lembrar as dores e
incertezas da vida.
Mas o sorriso a recebeu muito bem e tratou
de mostrar
O que minha alma revela agora de mais
brilhante.
A saudade chegou de mansinho querendo se
aproximar cada vez mais.
Apresentou-me coisas do passado e me fez
ficar saudoso das coisas que fiz,
De toda uma história vivida consciente e
inconscientemente realizada por mim,
Marcas importantes que ajudaram a construir
o meu ser até aqui.
Mas o sorriso se ampliou de tanta emoção em
recordar através da saudade,
Coisas que até já tinha esquecido e agora
vivas na memória.
A indecisão depois de muita vacilar, se
apresentou com coragem.
Tentou reafirmar que se não fazemos agora
poderemos fazer depois,
Que a pressa nunca garantiu a certeza de
nada e ela é que era prudente,
Pois preferia passar dias a decidir e fazer
do modo certo, perfeitamente.
Mais uma vez o sorriso, todo benevolente,
não titubeou.
Manteve sua máxima de que nunca se deve
perder a oportunidade de sorrir e agradeceu, mantendo-se firme em sempre
sorrir.
A queixa não ia deixar de reclamar daquela
situação que se apresentava diante de seus olhos incrédulos.
Se tudo estava de mal a pior, como manter
um estado de tamanho equilíbrio?
Ninguém podia permanecer tanto tempo assim,
a tudo observar e acreditar de que tudo é bem no universo!
Precisava registrar que a vida não estava
boa, que as pessoas eram más, que a vida não lhe dava oportunidades e que nunca
era ajudada!
Como sempre, em seu otimismo de fé, o
sorriso manteve-se calmo e pacífico, mas discreto em seus lábios bem delineado.
Seu estado de plenitude era tamanho que
mesmo de boca fechada sua alma jorrava amor e tolerância.
A raiva que tudo observava de longe ficou
ensandecida e foi tirar satisfação!
Chegou de forma irracional e cara enfezada,
expressando todo seu sentimento.
Fez questão de não ouvir e muito menos
parou de falar, defendendo sua opinião!
Afirmava que não era possível viver com tanta
alegria e sorriso no rosto!
Paciente e compreensivamente, o sorriso deixou
ela se esvaziar de toda ira...
Permitiu que expurgasse todo aquele
desafeto, rancor e ira acumulados por anos a fio.
Simplesmente após esta catarse, convidou a
raiva para uma reflexão.
Pontuou que a vida é muito mais do que isso...
tristezas, saudades, indecisões, reclamações.
E nada mais fez, a não ser sorrir de forma
convidativa para todos esses momentos...
Como se sua certeza, brandura, beleza,
sabedoria e motivação pudessem alquimizar todos aqueles que não entendiam o que
era a arte do sorrir!
Salvador-BA, 02 de Junho de 2012.
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