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sábado, 10 de setembro de 2011

Os filhos do tempo

Os filhos do tempo (por:Kraudião)

A noite e o dia eram filhos do tempo.
Contrastes evidentes marcavam suas personalidades.
Características pontuadas pelas horas,
Observada continuamente pelo Pai, o tempo.
A noite costumava garantir clima de festa,
Enquanto o dia só era lembrado para o trabalho.
A noite adorava ser focalizada pelas luzes brilhantes,
O dia fazia questão de passar batido na multidão.
A noite para sempre queria ser uma eterna criança,
Já o dia carregava nas costas o peso da idade avançada.
A noite quase nunca se dava conta da hora,
Enquanto isso...o dia era marcado pelos turnos matutino e vespertino.
A noite embora preferida e evidente, guardava muitos segredos.
O dia quase sempre incomodava por não apresentar um certo glamour.
A noite tinha suas baladas, mas o povo também gostava dos momentos de silêncio.
O dia fugia rapidamente em sua busca constante para o descanso e paz.
A noite tinhas alguns adeptos para lhe fazer companhia,
O dia, quase sempre agitado, só pensava em chegar ao fim da tarde.
A noite viveu toda sua vida em busca do foco da luz,
O dia irradiava luz e não raro isso cegava as pessoas.
A noite, talvez, nunca teve pressa para acabar seu turno.
O dia, aparente mais longo, tinha pressa e finalizar sua jornada.
A noite embora espetacular conservava um certo frio da escuridão,
O dia de tão comum e ardente buscava também sombra para aplacar a sofreguidão.
Enfim, o Pai percebeu e ofereceu um ponto de encontro para suas criaturas amadas.
Nem o crepúsculo e nem alvorada conseguiam dar conta
De agendas tão diversificadas.
 Mas o dia invadiu a noite
E assim nasceu a madrugada!!

Salvador-BA, 10 de Setembro de 2011.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. “Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? Quem o poderá apreender, mesmo só com o pensamento, para depois nos traduzir por palavras o seu conceito? E que assunto mais familiar e mais batido nas nossas conversas do que o tempo? Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. O que é, por conseguinte, o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei.”

    HIPONA, Santo Agostinho. Livro XI da obra Confissões (397-398).

    Bj. Fran

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