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segunda-feira, 2 de setembro de 2013

A superfície e a profundidade

A superfície e a profundidade (por Kraudião)

A superfície era muito extensiva e ia muito além do horizonte,
Apresenta um brilho próprio diante de quem admirava tal aparência,
Encantava pela exuberância e hipnotizava o olhar de qualquer um,
Mas lá no mais íntimo do seu ser magnânimo ser existia uma verdade,
Algo que sempre tudo compreendia sem limites para sustentação, a profundidade.
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A superfície invadia sem muito esforço todos os espaços disponíveis,
Sem nenhuma paciência com sua bonita e vibrante orla queria expandir,
Ocupar diferentes e novos territórios em busca de experiências,
Buscava, talvez, encontrar aquilo que nem ela sabia existir.
Justificava sempre sua expansão como exercício da liberdade,
Mas ali abaixo dela sempre estava a força motriz desta realidade,
O sustentáculo de firmeza e solidez que mantinha suas ambições, a profundidade.
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A superfície a cada novo dia mantinha sua meta de expansão,
Sonhava conhecer novos ambientes geográficos com decisão,
Estava cansada da maresia que a vida lhe configurava continuamente.
Passa por altos e baixos em seus níveis imaginados de prioridades,
Demandas superadas e outras postergadas em crescente atividade.
Beirava todas as margens da agitação e equilíbrio da sanidade,
Mas nas entranhas restava seu suporte maior em manter sua paz espiritual, a profundidade.
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A superfície depois que expandiu, conquistou, viajou, sorriu, cresceu, diminuiu, chorou, xingou, dormiu, acordou, rezou, aplaudiu, brincou, fugiu, deitou, correu, sumiu, beijou, abraçou, decidiu e experimentou todas as possíveis realidades... Realizou-se mesmo ao descobrir que sua nova e mais antiga dimensão era a profundidade.

Salvador-BA, 02 de Setembro de 2013.

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