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terça-feira, 29 de junho de 2010

Pela Janela

Pela janela (por:Kraudião)

Pela janela vejo um monte de gente passando.
Pessoas que nem sempre sabem para onde vão.
Seguem o fluxo como se pertencessem a uma única boiada.
Foram condicionadas para simplesmente irem juntas numa única direção.
Não tem um projeto para o futuro e nada realizam no presente.
Quem são essas pessoas que insistem a vida assim levar?

Pela janela vejo um cenário estático e vazio de sonhos possíveis.
Pessoas sem a mínima noção de seus deveres individuais.
Elas esperam por soluções coletivas ou o dedo mágico de alguém.
Passam parte do seu tempo querendo culpar os outros pelos sucessivos fracassos.
Não enxergam que são reincidentes nos mesmos atos falhos.
Parecem não reavaliar sua condição de eterno desespero,
Pois o tempo continua a passar rapidamente sem perdão.
Quem são essas pessoas que insistem a vida assim levar?

Mas pela janela também vejo uma lua prateada no horizonte
Iluminando a estrada para quem sabe contemplar.
Vejo a dança das plantas que se curvam disciplinadamente ao vento que harmonicamente passa a cantarolar.
As brancas e arredondadas dunas em conjunto de formas a emoldurar as casas da vizinhança.
As luzes brilhantes nos postes da rede elétrica emitindo sinais urbanos da presença humana.
Um cenário modificado para as pessoas que vivem por lá.
Uma prova das mudanças constantes provocada pelo homem no meio ambiente.
Drásticas alterações, quase irreversíveis ao estado de equilíbrio anterior de um tempo menos urbanizado.
São essas as pessoas que só conseguem desastrosamente modificar as coisas e cenários externos a elas,
Mas são incapazes de pequenas transformações pessoais internas.
Tudo isso posso ver da minha janela que se abre para um mundo em plena corrosão e colapso progressivo.

E eu daqui vou me perguntando e procurando identificar em mim qual a minha contribuição nisso tudo?
Ainda bem que da minha janela tenho essa visão privilegiada de quem sou e ainda posso ser.
Olho para fora buscando alguns referenciais de quem sou e dos meus atos.
Em seguida, olho para dentro através da janela da minha alma e mergulho com plena satisfação querendo esclarecer minhas dúvidas.
Analisando o que estou sentindo, eu vou refletindo sobre a vida...
E qual o cenário que espero encontrar, na próxima vez que estiver olhando o mundo da minha janela.

Salvador-Bahia, 29 de Junho de 2010. 

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